Uma das maiores cadeias de armazéns da Alemanha anunciou hoje que vai deixar de vender jogos de vídeo e de computador violentos, em reacção ao massacre da semana passada em Wiennenden, no qual morreram 16 pessoas, incluindo o homicida."Fazemos isto para dar um sinal a toda a sociedade", disse, em Colónia, uma porta-voz da cadeia Kaufhof.
Além dos vídeos e jogos de computador para maiores de 18 anos, serão também retirados dos escaparates dos armazéns Kaufhof todos os filmes para adultos de conteúdo violento.
Os jogos de computador violentos e filmes de terror eram um dos passatempos predilectos do jovem homicida de 17 anos, de acordo com a polícia.
Na noite anterior ao massacre, Tim Kretschmer passou algumas horas no computador, entregue a um desses jogos, revelaram as autoridades.
Entretanto, milhares de pessoas aderiram hoje a um minuto de silêncio em memória das vítimas do massacre de Winnenden no land de Baden-Wuerttenberg, no sudoeste da Alemanha.
Em numerosas instituições públicas, culturais e empresas, como as fábricas Daimler-Benz, em Estugarda e Sindelfingen, por exemplo, o trabalho foi interrompido, as rádios e televisões locais interromperam as emissões.
Diante da RealSchule Albertville, palco do massacre, cerca de 200 pessoas, na sua grande maioria alunos, deram as mãos durante o minuto de silêncio, junto a um mar de flores e velas ali depostas em homenagem às vítimas.
No Parlamento regional, em Estugarda, deputados de todas as bancadas apresentaram-se de luto e o ministro-presidente, Guenther Oettinger, pediu para não se retirarem conclusões precipitadas da tragédia.
"Não pode haver respostas rápidas para o acto de um tresloucado que saiu do meio da nossa sociedade", disse o político democrata-cristão, referindo-se ao adolescente que matou 15 pessoas com uma pistola do pai, antes de se suicidar.
Oettinger apelou, simultaneamente, a uma "cultura de atenção ao próximo, para reforçar a coexistência na sociedade".
Entretanto, decorriam em Leutenbach-Weiler e Backnang os funerais de duas alunas e de uma professora abatidas a tiro durante o massacre.
No sábado, realiza-se na principal igreja de Winnenden uma missa fúnebre com a presença do presidente da República, Horst Koehler, da chanceler Angela Merkel e dos familiares das vítimas.
Na vila perto de Estugarda, que tem pouco mais de 27 mil habitantes, são esperadas perto de 100 mil pessoas, que assistirão à cerimónia em ecrãs gigantes montados em locais públicos.
Os pais e a irmã de Tim Kretschmer apresentaram na terça-feira, em carta aberta, condolências aos familiares das vítimas, considerando "horrível e inexplicável" o que aconteceu.
"Nunca pensámos que Tim fosse capaz de uma coisa destas, não era assim que o conhecíamos", afirmaram na missiva, divulgada através de um advogado.
O Parlamento alemão, em Berlim, debateu hoje as consequências da tragédia de Winnenden, no período antes da ordem do dia, colocando a tónica no reforço do apoio aos jovens e às famílias, para tentar evitar a repetição destes actos.
Fonte :
Diário Digital via
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