O resultado surpreendeu os próprios e está sem dúvida a ser o resultado eleitoral mais debatido da Suécia. O Partido Pirata reuniu 7,1 por cento dos votos suecos nas eleições para o Parlamento Europeu, o que lhe valeu a eleição de um deputado.
Os resultados mostram que o cabeça de lista, Christian Engstrom, vai mesmo representar os ideais de quem defende abertura para a partilha de ficheiros na Internet e o fim das actuais restrições impostas à circulação livre de conteúdos digitais, ao abrigo das leis da propriedade intelectual em vigor.
O Partido Pirata foi fundado em 2006 mas ganhou destaque sobretudo depois do julgamento dos responsáveis do Pirate Bay, já este ano. Os responsáveis do site sueco de partilha de ficheiros acabaram por ser condenados, cada um, a um ano de prisão e a uma elevada multa em dinheiro por, através da sua plataforma de Internet, facilitarem a troca ilegal de conteúdos.
Recorde-se que a Suécia passou de uma legislação sem grandes restrições legais à partilha online de ficheiros e conteúdos - o que permitiu a criação e operação durante anos do Pirate Bay - a um dos regimes legais mais restritivos da Europa nos últimos meses, com uma revisão legislativa pressionada pela indústria, a mesma que liderou o processo contra a plataforma.
A nova força política sueca com assento do Parlamento Europeu defende uma revisão da legislação dos direitos de autor para o contexto da Internet e um reforço dos direitos de privacidade dos europeus no mundo digital, ideais que ganharam peso para os eleitores suecos depois da aplicação prática da sua nova legislação nesta área.
Na altura em que os resultados do julgamento foram anunciados o partido tinha 14.700 membros. Uma semana depois o número tinha triplicado.
“As questões da privacidade e as liberdades civis são importantes para as pessoas e elas demonstraram-no quando votaram”, defendeu Anna Troberg, membro do partido na televisão sueca.
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